segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

O ensino fundamental de 09 anos

Amparadas pela Lei de diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que já aponta para a ampliação do ensino fundamental, e pela lei nº. 11.274 de 06 de fevereiro de 2006, que alterando a redação de artigos da lei 9.394/96, dispõe sobre a duração de 09 anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos seis anos de idade, muitas escolas já estão se adequando ao ensino fundamental de 09 anos, mas o que temos visto é que muitos educadores ainda não conseguem visualizar benefícios sobre ela.


Lidar com mudanças não é fácil, principalmente se não conseguimos visualizar os resultados, mas todo professor tem de estar aberto a mudanças .A realidade nos mostra que nessa idade (seis anos) ainda vemos na criança a necessidade do brincar,


o brinquedo fala para a criança a linguagem simples da pura materialidade, do puro prazer dos sentidos [...] é que ela (a criança) quer saborear de novo a vitória da aquisição de um saber e incorporá-lo”. (BENJAMIN,1984,P 14)



Aparentemente o que se apresenta de mudança é apenas a ampliação do tempo de permanência das crianças nessa etapa da educação fundamental, o que implica em reflexões sobre a infância, a criança, o papel do professor, procedimentos metodológicos, possibilitando o desenvolvimento de atividades de aprendizagem em sala de aula com jogos e brincadeiras, a elaboração de um novo currículo e de formas mais abrangentes e menos excludentes de avaliação.

A prática durante muitos anos mostra que a necessidade do ensino fundamental não é o tempo de permanência na escola, mas a qualidade desse tempo escolar.


O ensino fundamental de 09 anos deverá ter como característica um currículo que leve em consideração as especificidades humanas e professores que rompam com paradigmas, desfaçam conceitos e, principalmente revejam seus procedimentos e maneiras de avaliação, tendo como alvo à inclusão da criança de seis anos e apesar disso garantindo seu direito de ser criança dentro do ambiente escolar com qualidade.

É hora de refletirmos sobre nosso trabalho, buscar métodos e ações que se encaixem nesse novo horizonte, saber que o conhecimento é fonte de autonomia para nossas criançase fazermos o  nosso melhor.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

A comunicação e a diversidade linguística na sala de aula

Nascemos com a necessidade de adaptação ao meio social, são os outros membros dessa sociedade que nos transmitirão sua cultura.No início, ainda sem frequentar uma escola aprenderemos de maneira informal, imitando os outros , acumulando experiências e fazendo relação entre elas, toda essa manobra só é possível graças as diversas formas de comunicação.

A comunicação é vital ao ser humano, estamos nos comunicando o tempo todo, seja por palavras, gestos ou ações.

Usamos vários códigos para nos comunicar, mas o mais importante deles é a linguagem, seja ela escrita ou falada.

No Brasil, por ser um país extenso, temos uma grande variedade linguística, mas a maioria das escolas ainda insistem em usar a linguagem na sua forma padrão, como se todos falassem e escrevessem igual. Isso tem trazido prejuízos para a educação , em alguns casos até a evasão escolar, uma vez que o aluno não se sente aceito pelo grupo quando fala ou escreve de maneira diferente dos demais.

A linguagem padrão, deve ser ensinada, mas sem dúvida a linguagem regionalizada é muito mais importante e eficiente para a comunicação. A forma de resolver essa questão seria as escolas e os professores levarem em consideração a cultura da comunidade onde o aluno está inserido,usando essa diversidade para enriquecer o conteúdo de suas aulas. O teatro , a música , a dança e as artes em geral ganhariam mais vida e transimitiriam ao aluno que ele é bem vindo e aceito do jeito que ele é.

Quem é aceito pelo grupo tem prazer em participar, contribuir e aprender com ele.

A escola e o professor que não aproveitam a diversidade linguística estão desprezando uma de nossas maiores riquezas e deixando de lado uma ferramenta muito importante para cativar e despertar o interesse do aluno.


quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Uma experiência interessante






Todos os anos antes do fim do ano letivo, faço uma pesquisa de preços nas escolas para ter parâmetros de negociação de mensalidade no colégio das minhas filhas. Ligo em algumas escolas e peço um orçamento das respectivas séries que elas irão cursar.

Nunca havia mencionado o fato da mais nova ter síndrome de Down, porque acho que a escola deva estar aberta a todos sem distinção.


Mas esse ano resolvi mudar, além de falar as séries eu também falava sobre síndrome de Down, e advinhem?

Nenhuma escola se arriscou a dar o preço sem antes conhecer minha filha. As conversas eram sempre amistosas até eu mencionar o fato, daí eles transferiam para coordenadora, supervisora e até diretora, ninguém queria se responsabilizar por informações a esse respeito.

Achei de uma covardia e falta de bom senso tremenda. Um desrespeito sem tamanho ao direito de educação de minha filha.
Ora, ela é uma criança, e a lei diz que ela tem direito a educação. Será que ninguém conhece essa lei?

Porque para outra que não tem síndrome as portas estão abertas e para mais nova tem todo um trâmite ?

Eu não sou ingênua, eu sei que eles acham que criança com deficiência dá mais trabalho, que eles terão que ficar em cima o tempo todo, que elas não aprendem e blá, blá, blá....

Mas eu acho mesmo é que falta competência por parte dessas escolas, e acredito que os tais problemas de aprendizado que eles alegam nas crianças , não passam apenas de um problema de "ensinagem" por parte dos educadores. E tenho dito.

Quanto às minhas filhas, elas permanecerão no mesmo colégio. Eu só queria mesmo era  saber o preço...

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

A postura do professor diante do erro do aluno


O erro faz parte da condição humana, acertar também, mas poucas pessoas acertam sem errar antes.

Num processo real de aprendizado o erro é inerente a todas as pessoas, mas a percepção dele, não. Quando se percebe o erro do aluno o professor deve investigar qual era o objetivo dele quando realizou a atividade, que caminhos ele usou para alcançá-lo, e fazê-lo pensar como atingir seu intento.

Dar respostas prontas, querer que ele atinja o objetivo conforme o professor vê as coisas, restringe o aluno à um mero observador do fato e não a um sujeito atuante nele.

"Nós geralmente descobrimos o que fazer percebendo aquilo que não devemos fazer. E provavelmente aquele que nunca cometeu um erro nunca fez uma descoberta." (Samuel Smiles)

A avaliação do aluno não deve ser feita apenas sobre os acertos dele, seria simplista dizer que apenas os acertos interessam, mas não é bem assim, as experiências que houveram antes dele refletem muito mais como o aluno é, e o que ele é capaz de realizar.

Entender como nosso aluno pensa, instigar sua curiosidade através de atividades diversificadas, aceitar respostas diferentes das nossas dentro do conceito do próprio aluno, faz com que eles se tornem autônomos,confiantes, passíveis de erros, sim, mas também seres humanos capazes de acertar através de suas tentativas e capacidade de raciocinar.

Talvez o único erro dentro da sala de aula seja o autoritarismo do professor em querer mostrar apenas seu ponto de vista e querer que o educando aprenda apenas através da sua ótica.

Muito mais que considerar os erros, o professor deve estar atento à utilidade dele dentro do processo ensino-aprendizagem, saber que o resultado do trabalho do aluno, pode ser um erro dentro do seu ponto de vista, mas um acerto dentro da realidade que esse aluno está inserido.

"Erros, são no final das contas, fundamentos da verdade."
(Carl Gustav Jung)

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Temas transversais- Meio ambiente



1- RESUMO: PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS

O volume l dos parâmetros curriculares nacionais, através de um breve histórico dispõe sobre a mudança da lei nº. 5692 de 1971, dizendo entre outras coisas que esse documento foi formulado após 1990, quando o Brasil participou da Conferência Mundial de educação para Todos em Jomtien na Tailândia, que resultou dentro de uma visão universal, em posições consensuais na luta pelo atendimento das necessidades básicas de aprendizagem para todos.

Mostra que o processo de elaboração dos PCNS foi feito através de análise de pesquisas realizadas pela fundação Carlos Chagas e sobre currículos oficiais e do contato com informações relativas à experiência de outros países.

Fala ainda que sua função além da universalização da educação está em fazer com que jovens e crianças mesmo em locais e condições desfavoráveis tenham acesso à um conjunto de conhecimentos socialmente elaborados e reconhecidos como necessários para o exercício da cidadania e apresenta a escola como o local onde isso deve acontecer.

Dispoem ainda sobre a organização do conhecimento escolar, a saber: ciências naturais, português, matemática, geografia, história, língua mãe (para povos indígenas e imigrantes) e os temas transversais: ética, saúde, meio ambiente, pluralidade cultural e orientação sexual.

Nas considerações finais fala que o sucesso escolar e o aprendizado do aluno não dependem de ações individuais, e, sim de um conjunto de ações e pessoas mobilizadas para uma educação de qualidade.



2- PROJETO INTERDISCIPLINAR- PARA ALUNOS DAS SÉRIES INICIAIS.


2.1 TEMA- Meio ambiente


2.2 TÍTULO- Separando o lixo


2.3 JUSTIFICATIVA- As crianças precisam aprender a separar o lixo e entender que seu habitat e as futuras gerações precisaram dele limpo.


2.4 OBJETIVOS – A conscientização que podemos fazer algo pelo bem estar de todos.


2.5 REFERENCIAL TEÓRICO-

“Transformar a escola para colocá-la a serviço da transformação social, não basta alterar os conteúdos nela ensinados. È preciso mudar o jeito da escola, suas práticas e sua estrutura de organização e funcionamento, tornando-a coerente com novos objetivos de formação de cidadãos, capazes de participar ativamente do processo de construção da nova sociedade.” Pistrak (2000,p.8)


2.6. METODOLOGIA-
Será usado o próprio lixo da escola todos os dias, inclusive o da cantina, para que as crianças aprendam que o lixo orgânico também pode ser reutilizado em forma de compostagem, ao final todo adubo produzido irá para a horta da escola, e o material reciclável doado à entidades assistenciais, para venda.

2.7 CRONOGRAMA- 4 semanas, assim divididas:

1ª semana- Mostrar aos alunos através de slides os prejuízos que o meio ambiente tem sofrido por conta do excesso de lixo. Recolhimento e separação do lixo todos os dias, lixo orgânico para compostagem e reciclável em um depósito.

2ª semana- Ainda com recolhimento, mas já remanejando a compostagem para que o adubo se forme

3ª semana- Ainda continua o recolhimento, mas será solicitado às crianças que também tragam parte do lixo de casa, já devidamente separado.

4ª semana- aula na horta, será aplicado o adubo nas plantas existentes e plantadas outras devidamente adubadas, o material reciclado será entregue pelas crianças à entidade escolhida.

2.8 RECURSOS-
Serão utilizados lixo, caixas de papelão, caixas de madeiras, luvas para manuseio do adubo, transporte para as crianças entregarem os recicláveis.

2.9 AVALIAÇÃO-
A avaliação será pelo comprometimento que cada aluno apresentar durante o processo, será avaliado sua postura diante dos problemas ambientais apresentados pelo excesso de lixo, sua capacidade de relacionar o problema à solução.




REFERÊNCIAS
Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília : MEC/SEF, 1997.

STEINLE, Marlizette Cristina Bonafini et al. Instrumentação do Trabalho Pedagógico nos anos iniciais do Ensino Fundamental/ Marlizette Cristina Bonafini Steinle:Sandra Regina dos Reis Rampazzo; Edilaine Vagula. Londrina: Editora Unopar. 2008 p.45 - 82.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

*Resposta à Folha de Londrina- Sobre a entrevista com Sr José Turozi

Com muito pesar e sem nenhuma surpresa, li hoje na Folha de Londrina as declarações do Sr José Turozi presidente da federação das APAES no Paraná, sobre a nova política do MEC com relação à inclusão de pessoas com deficiência na escola comum.( Parecer nº 13/2009 do conselho Nacional de educação (CNE)



Gostaria de lembrar que segudo o parecer as APAES não serão fechadas, como muitos vem pregando e que somente a parte pedagógica deixará de ser feita por elas. Antes que os pais se desesperem é bom saber que a parte terapêutica ( Fisio, fono e To etc) continuarão sendo feitas nessas entidades.



Sobre a inclusão nas escolas comuns, já é provado que os alunos só ganham com isso, uma vez que a diversidade humana pode ser fonte de grande aprendizado.



Sobre os professores estarem preparados ou não, é sabido que enquanto essas pessoas com deficiência estiverem longe do convivío social, os professores nunca estarão preparados. O que prepara alguém para ensinar além do conhecimento que se adquire na faculdade é o conhecimento de seu educando.



Dizer que inclusão abrupta é irresponsabilidade do MEC não faz sentido, uma vez que só existe uma forma de incluir que e é INCLUINDO.



Chamar pessoas com deficiência intelectual de doentes mentais, não é de bom tom para um presidente de uma entidade que diz ter respeito pelos seus alunos.



Como pedagoga e mãe de uma criança com deficiência intelectual totalmente inclusa na escola comum, deixo aqui meu protesto e o meu repúdio a essas declarações.





* A entrevista com esse sr. está na Folha de Londrina edição de 08/10/09.pag 3.ou acesse: www.folhadelondrina.com.br



*Texto enviado à folha de Londrina.Para enviar seu protesto : opiniao@folhadelondrina.com.br,com nome completo, endereço e rg.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

O ensino de natureza e sociedade na educação infantil



Meio ambiente é um lugar determinado e/ou percebido onde estão as relações dinâmicas e em constante interação dos aspectos naturais e sociais.Essas relações acarretam processos de criação cultural e tecnólogica, e processos históricos e políticos de transformação da natureza e sociedade.(REIGOTA,1994).

Desde que o homem nasce ele está inserido no meio ambiente, nada mais justo que este tema seja aplicado na educação infantil, afinal o meio que se vive e a natureza estão a todo momento sofrendo transformações por conta dos hábitos e atitudes humanas. Neste momento mundial de preocupação com as gerações futuras cabe ao professor a tarefa de ensinar seus alunos que a natureza é imprencindivel para sua sob revivência no planeta, a escassez de água e alimentos em alguns pontos do mundo mostra claramente, que muito mais que um fenômeno natural é o resultado das ações impensadas dos homens que durante muitos anos não se preocuparam com ela.


A falta de bom senso na distribuição do que se tem, o capitalismo nu e cru pregado pelos governantes, a não preservação dos rios e lagos, o desperdício de energia elétrica e muitos outros fatores influenciaram para que essa situação chegasse aos limites do tolerável. Mas ainda há tempo para alertamos nossos alunos , muito mais que falar temos que pensar em situações práticas para que eles apliquem no seu dia a dia, pensar e aplicar projetos sobre desperdicio, ensiná-los a dividir o lanche com o amiguinho, tomar banho rápido, separar o lixo, tudo isso usando muito do lúdico e fazendo com eles utilizem o imaginário para por em prática tudo que aprenderam.

Muito mais que ensinar o professor deve ter um profundo respeito pelo aluno, seja ele quem for, deve sempre acreditar que ele é capaz e pode aprender a modificar o mundo à sua volta

[...] uma criança que cresce no respeito por si mesma pode aprender qualquer coisa e adquirir qualquer habilidade se o desejar. (MATURANA;REZEPEKA,2002)

Com muita imaginação podemos promover passeios pelas redondezas da escola, ir a um bosque, promover projetos sobre a energia elétrica, sobre vizinhança, sobre a importância de ajudar nas tarefas de casa, conhecer pequenos animais, em um zoológico ou até mesmo pedir para que tragam seus animais de estimação para sala de aula, num dia e horário específico e enfatizar os cuidados que se deve ter com eles, pequenas atividades que, se organizadas de maneira prazerosa será fixada com facilidade no dia a dia das crianças.

Organizar-se para aulas de natureza e sociedade exige um olhar atento ao que se passa com o aluno e o ambiente em que ele está inserido, conhecer a realidade dele e leva-lo a reflexão em como encontrar maneiras de modifica-lo com seus pensamentos e atitudes, leva-lo a construção de valores e conceitos que possam orienta-lo para o resto de sua vida e forma-lo para cidadania plena.





REFERÊNCIAS :
BRASIL. Ministério da educação e desporto. Secretaria da educação fundamental. Referencial curricular para educação infantil. Brasília: MEC/SEF,1998.3V.
UNOPAR. Universidade norte do Paraná. Apostila do curso de pedagogia. Fundamentos e metodologias do ensino da natureza e sociedade. Londrina. 2007.p 59-82.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Ser especial é ser







Era uma vez uma menininha especial que morava numa casinha especial. A menininha especial tinha uma família especial que dirigia um carro especial.

A menininha especial usava roupa especial e comia refeições especiais. Seus sapatos eram especiais, bem como especiais também eram seus brinquedos.A menina especial freqüentava uma escola especial.Pareciam contentes até o dia, em que a menininha especial foi conhecer outra escola.

A menininha especial foi levada pela sua mãe especial, num dia especial para a escola comum.Lá eram todos comuns e por isso mesmo, muito especiais. A menina descobriu que era especial porque era ela mesma e não porque tinha deficiência.


Aqui acaba a historinha da menininha especial que descobriu quer ser especial é ser, independente de qualquer deficiência que se possa ter.


E viveu especialmente feliz na escola comum.

sábado, 19 de setembro de 2009

Como será que vou me" virar" com ele na turma?- O que o professor precisa saber sobre inclusão




A lei nº.9.394, de 30 de dezembro de 1996, capitulo V, Lei de diretrizes e bases da educação, assegura às pessoas com deficiência o direito de frequentar o ensino regular, mas os educadores ainda tem receio de trabalhar com eles, o que vemos é que muitas vezes esse medo é infundado, uma vez que cada criança é capaz de superar suas limitações sozinhas.

Após uma reflexão concluímos que todos somos diferentes, não existe um ser humano exatamente igual ao outro, portanto ninguém aprende exatamente igual a ninguém, todos temos um tempo distinto de aprendizado.

Vale um novo olhar sobre as pessoas com deficiência, conhecê-los e admirá-los pelo que eles são,e não pelo que gostaríamos que eles fossem.Partindo desse conhecimento cada educador poderia trabalhar melhor com as qualidades de cada um, e obter um resultado melhor em seu trabalho.

Infelizmente em nosso país a inclusão ainda engatinha, faltam dados importantes, bem como estrutura física e a "famosa" capacitação de professores, mas na verdade e muitos professores ainda preferem “passar a vez” quando se trata de criança com deficiência.A cultura do preconceito parece estar enraigada na nossa sociedade, queremos um aluno perfeito, que aprenda fácil(aquele que não existe), e que não nos leve a ser questionados pela nossa falta de competência.

“A experiência de pensar a prática e a realidade em que ela se dá como objeto de nossa reflexão critica, termina por nos revelar obviedades que porém não suspeitávamos, pensar á prática é, por isso o melhor caminho para pensar certo” (FREIRE, 1985).

Muito mais que capacitação o que falta em muitos casos é a falta de boa vontade em romper com alguns preconceitos, por outro lado sobra preguiça em pensar e sair do que está pré estabelecido para nos aventurarmos pelas especificidades de cada criança.

Transformar o outro em coisa inferior, para se colocar numa essência superior, é negar simultâneamente a sua liberdade e a própria. Enquanto o olhar de alguém objetiva o outro em coisa essencialmente inferior, o outro, por sua vez, olha e constitui esse alguém num carrasco e ele terá vergonha desse seu olhar.(SARTRE,1938)


Se o professor tratar o aluno com deficiência como um problema, com toda certeza ele assim o será, mas se o professor tratá-lo como alguém capaz de aprender , ficará admirado com os resultados que conseguirá, afinal como todo ser humano, a motivação sempre será a senha para grandes feitos.

É pensando e conhecendo cada educando, investindo na variação de conteúdos, utilizando metodologias flexíveis, avaliando de forma continuada e permanente, dando importância na qualidade do conhecimento obtido e não na quantidade, utilizando de criatividade, promovendo em todos um espírito de cooperação e solidariedade, que o professor vai alcançar sucesso na sua missão de educar para vida, fazendo com que a escola seja de fato, para TODOS.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

A importância da educação Física no ensino fundamental


O ser humano está sempre em movimento, a consciência desse movimento só se faz possível a partir do conhecimento prévio de como ele se dá.

A escola deve considerar o aluno como aquele que é capaz de aprender sempre e em qualquer situação. Por isso o trabalho sobre temporalidade com as crianças é de suma importância para que elas se coloquem no controle de suas vidas.

As interações que acontecem no ambiente escolar, pela sua complexidade proporcionam às crianças situações nas quais elas sejam capazes de inventar, construir e reelaborar conceitos e idéias, numa atuação consciente e crítica.

O professor deve utilizar estratégias que possibilitem às crianças realizarem regulações compensatórias para que possam aprender e entender essa temporalidade.
A metodologia usada deve servir como mais um elemento de integração entre os seus pares.

Noção de tempo e de espaço é adquirida em exercícios físicos, mas muito mais no exercício de diálogo entre os participantes de uma aula.
As crianças como seres em constante aprendizado, devem ser direcionadas a se situarem em todas as situações de forma crítica e responsável.

A aula de educação física além de desenvolver a capacidade motora das crianças traz em sua bagagem as questões como coletividade, respeito, dedicação e amizade.
A educação física também transcende a questão da motricidade quando apresenta entre seus conteúdos a dança, o desporto a ergonomia, a reabilitação e as estruturas capacitivas.

“E é o corpo do mais complexo dos organismos vivos, o ser humano, que nós vamos estudar. Um corpo que é motricidade, e como tal, simbólico e metafórico, reprimido e ansioso, mas sempre em auto organização, em permanente anseio de transcendência.” (SÉRGIO, 1996, p17)


Então a educação física é muito mais que atividades físicas ela fala sobre artes, sobre cultura, sobre o tempo, sobre as relações, enfim sobre a vida como um todo.

È preciso que o professor considere cada aluno como único, com sua história, seu modo de aprendizado, para que todo o ensino vá de encontro com sua realidade e faça de fato diferença no desenvolvimento dele.
Assim como as outras matérias a educação física exige do professor um planejamento e um objetivo a ser alcançado, e isso só será possível se entre suas estratégias ele considerar as especificidades de cada aluno.

O conteúdo da aula deve ser pensado de forma que contemple ao aluno uma opção de vida e a chance de mudar sua realidade através daquele conhecimento, por isso o conteúdo deve vir primeiro, depois vamos objetivá-lo.
A educação física dá ao professor do ensino fundamental bases e conteúdo para que ele, dentre tantas matérias transmita conteúdos valorosos de uma forma menos cartesiana e sistemática.




Referência:
UNOPAR, Universidade norte do Paraná. Instrumentação do trabalho pedagógico nos anos iniciais do ensino fundamental: fundamentos e metodologias, Londrina: Unopar, 2008.p.161-190.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

História da educação no Brasil- Uma síntese



Período colonial :A educação era apenas para os mais abastados e dirigentes. Ocorre o 1º plano educacional feito pelo padre Manoel de Nobrega. Fundação dos colégios jesuiticos onde ocorria a catequização e a educação profissional.

Período Imperial :Educação restrita a filhos de homens livres. Surge o sistema nacional de educação. Criação de normas para exercicio da liberdade de ensino e preparação para professores do ensino primário.

Período republicano: Grande valorização da cultura após a queda da bolsa de Nova York. Descentralização da educação : à União cabia o ensino superior da capital da republica, e aos estados a organização completa dos seus sistemas escolares. Ensino tradicional e autoritário com grande número de analfabetos

Período militar: Cerceamento à liberdade de expressão. Grande expansão das universidades. Criação de leis onde o governo administra e supervisiona as escolas para ter o controle da população.

Período de redemocratização: Questionamento da organização escolar. Estudos sobre filosofia e pedagogia no intuito de mudar o sistema educacional. Reconhecimento de que o homem é formado pelo seu trabalho e o meio em que vive.

Educação atual: A escola é para todos, mas não é de qualidade. Leis para a educação estão apenas no papel e não não são cumpridas. Favorecida pela globalização pode ser usada para formação cada vez melhor dos cidadãos.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Educação de 0 a 2 anos- entre o cuidar e o educar


Vivemos em uma sociedade onde os papéis familiares tem se modificado muito, há algum tempo a mãe era a principal responsável pela educação das crianças pequenas. Mas hoje em dia muitas mães tem que sair de suas casas para o mercado de trabalho na busca de condições financeiras para o sustento da família, então esse papel foi repassado para a escola, que na maioria das vezes tem feito um papel assistencialista que não supre com as necessidades de um ser em alta fase de desenvolvimento e aprendizado.


As crianças na faixa etária de 0 a 2 anos tem um desenvolvimento cognitivo e motor extraordinário, é nessa fase que elas constroem valores que vão ser usados pela vida toda.

Desta forma, se faz necessária a integração de amor, carinho, cuidados e uma preocupação constante com a parte pedagógica visando as diversas possibilidades de crescimento intelectual, social, motor e afetivo da criança.(BATISTA,1999.)

Então, a escola não pode mais se ater só aos cuidados, tem que propiciar à criança meios para que ela tenha um desenvolvimento pleno respeitando suas especificidades.Essa escola deve ter locais seguros e próprios para cuidados com higiene, mas deve ter também locais para que se desenvolva o aprendizado, locais onde o lúdico esteja presente e o carinho e a afetividade possam se desenrolar com naturalidade e respeito.

O educador para essa faixa etária tem que, além dos cuidados estar preparado para educar e estimular essa criança, pensando e desenvolvendo técnicas que facilitem esse aprendizado. A plenitude dessa educação depende do planejamento e em muitos casos da criatividade do professor .Ele precisa ter noção do seu papel importante na vida daquela criança, precisa saber que durante os cuidados também pode haver aprendizado, cantar enquanto troca fraldas, falar ou colocar músicas durante o banho, mostrar um mundo diferente de cores, sons, e formas, enfim usar de toda sua criatividade no intuito de provocar na criança uma variedade de sensações para que elas percebam e aprendam como se posicionar no mundo a sua volta.

A nossa realidade mostra uma educação não condizente com os anseios da pedagogia, vemos escolas e professores, cuidando de crianças, mas não educando e estimulando como deveria ser, nossos governantes parecem não dar importância devida a essa faixa etária, não fornecendo capacitação para os professores e nem dando condições físicas para as escolas. A falta de capacitação de alguns professores e escolas é nítida, em alguns casos ás crianças são tratadas como “mimos” que enfeitam as creches mas não tem nada aprender.

Uma mudança de paradigmas e atitudes só será alcançada quando pais, escolas e governantes tomarem ciência do risco que representa negligência do educar nessa idade. Equanto isso cabe aos educadores uma postura firme apesar dos baixos sálarios e falta de reconhecimento.

O amor pelas crianças declarados por muitos professores tem de se tornar em ações que visem seu bem estar físico e cognitivo, não entendendo as crianças como todas iguais, mas como seres únicos em constante desenvolvimento e aprendendo com tudo à sua volta. A negligência de hoje é que vai formar os negligentes de amanhã.

A sociedade precisa de educadores que estejam dipostos a mudar esse quadro, que busquem formas de amenizá-lo, que tenham como principal objetivo um trabalho bem feito e eficiente, que não entendam as dificuldades com um fim, mas como uma forma de crescimento, amadurecimento e de começar de novo sempre, com novos pensamentos e atitudes.


REFERÊNCIAS
BATISTA, Cleide Vitor Mussini. EDUCAÇÃO INFANTIL: subsídios a uma proposta filosófica educacional para pré escola da UEL. ( mestrado em educação). Universidade estadual de Londrina.1999.p 19-33
BRASIL, Ministério da educação e cultura. Parâmetros nacionais de qualidade para educação infantil. 2006. Brasília – D.F.