quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Uma experiência interessante






Todos os anos antes do fim do ano letivo, faço uma pesquisa de preços nas escolas para ter parâmetros de negociação de mensalidade no colégio das minhas filhas. Ligo em algumas escolas e peço um orçamento das respectivas séries que elas irão cursar.

Nunca havia mencionado o fato da mais nova ter síndrome de Down, porque acho que a escola deva estar aberta a todos sem distinção.


Mas esse ano resolvi mudar, além de falar as séries eu também falava sobre síndrome de Down, e advinhem?

Nenhuma escola se arriscou a dar o preço sem antes conhecer minha filha. As conversas eram sempre amistosas até eu mencionar o fato, daí eles transferiam para coordenadora, supervisora e até diretora, ninguém queria se responsabilizar por informações a esse respeito.

Achei de uma covardia e falta de bom senso tremenda. Um desrespeito sem tamanho ao direito de educação de minha filha.
Ora, ela é uma criança, e a lei diz que ela tem direito a educação. Será que ninguém conhece essa lei?

Porque para outra que não tem síndrome as portas estão abertas e para mais nova tem todo um trâmite ?

Eu não sou ingênua, eu sei que eles acham que criança com deficiência dá mais trabalho, que eles terão que ficar em cima o tempo todo, que elas não aprendem e blá, blá, blá....

Mas eu acho mesmo é que falta competência por parte dessas escolas, e acredito que os tais problemas de aprendizado que eles alegam nas crianças , não passam apenas de um problema de "ensinagem" por parte dos educadores. E tenho dito.

Quanto às minhas filhas, elas permanecerão no mesmo colégio. Eu só queria mesmo era  saber o preço...

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

A postura do professor diante do erro do aluno


O erro faz parte da condição humana, acertar também, mas poucas pessoas acertam sem errar antes.

Num processo real de aprendizado o erro é inerente a todas as pessoas, mas a percepção dele, não. Quando se percebe o erro do aluno o professor deve investigar qual era o objetivo dele quando realizou a atividade, que caminhos ele usou para alcançá-lo, e fazê-lo pensar como atingir seu intento.

Dar respostas prontas, querer que ele atinja o objetivo conforme o professor vê as coisas, restringe o aluno à um mero observador do fato e não a um sujeito atuante nele.

"Nós geralmente descobrimos o que fazer percebendo aquilo que não devemos fazer. E provavelmente aquele que nunca cometeu um erro nunca fez uma descoberta." (Samuel Smiles)

A avaliação do aluno não deve ser feita apenas sobre os acertos dele, seria simplista dizer que apenas os acertos interessam, mas não é bem assim, as experiências que houveram antes dele refletem muito mais como o aluno é, e o que ele é capaz de realizar.

Entender como nosso aluno pensa, instigar sua curiosidade através de atividades diversificadas, aceitar respostas diferentes das nossas dentro do conceito do próprio aluno, faz com que eles se tornem autônomos,confiantes, passíveis de erros, sim, mas também seres humanos capazes de acertar através de suas tentativas e capacidade de raciocinar.

Talvez o único erro dentro da sala de aula seja o autoritarismo do professor em querer mostrar apenas seu ponto de vista e querer que o educando aprenda apenas através da sua ótica.

Muito mais que considerar os erros, o professor deve estar atento à utilidade dele dentro do processo ensino-aprendizagem, saber que o resultado do trabalho do aluno, pode ser um erro dentro do seu ponto de vista, mas um acerto dentro da realidade que esse aluno está inserido.

"Erros, são no final das contas, fundamentos da verdade."
(Carl Gustav Jung)