terça-feira, 30 de março de 2010

Educação de qualidade e currículo

Nesses últimos anos muito tem se falado sobre uma escola de qualidade para todos, mas o discurso termina aí, poucas ações realmente efetivas tem sido apresentadas e colocadas em prática. Aumentamos em muito a quantidade de escolas e alunos dentro delas, mas a qualidade tem sido posta de lado. A falta de material de todo tipo, salas numerosas, professores sem formação, não combinam a lei e o discurso preciosamente elaborados pelos politícos.

Mas se estamos falando de ensino de qualidade, precisamos antes entender o que realmente é um ensino público de qualidade.

A educação é a apropriação do saber históricamente produzido, é também á prática social que leva a compreensão da cultura e história do homem, para que não se tenha que reiventar tudo novamente. Então deduz se que a educação de qualidade é aquela que forma um cidadão conhecedor de sua cultura, das ciências universais, que consiga aplicar em sua vida o saber adquirido, que saiba pensar por si próprio e seja capaz de interferir em toda a sociedade com seu carater e seus atos.


Para que se chegue a esse conceito é importante que a escola tenha um currículo bem aprimorado que leve em conta as diferenças de cada aluno, e que seja feito , entendido e conhecido por todos da equipe pedagógica.

É o currículo o mediador entre a sociedade e a escola, é ele quem diz como, quando e o que ensinar, portanto sua elaboração deve ser das mais minunciosas. O currículo tem efeito real na formação do educando.È através do curriculo que podemos avaliar qual será o resultado apresentado pelo aluno.Não pode haver boa aula, se não houve aprendizado por parte do educando, portanto nesse caso o currículo deve ser questionado, até que se chegue ao objetivo final que é o real aprendizado do aluno.

Pensando de uma forma histórica o currículo escolar no Brasil foi crescendo e se aprimorando com o tempo, hoje temos um modelo, o currículo Reconstrucionista Social que deveria agir para livrar a escola de seu mal desempenho. Ele entende o homem como fazedor da sua realidade, a partir do momento que ele entende sua ligação com o mundo e com os outros seres humanos, considera o ensino uma atividade crítica em que o educando muito mais do que mero espectador é fazedor da sua própria história. Mas parece que ainda estamos longe disso.

Portanto, como vimos, é possível sim fazer uma escola de qualidade, basta ter em mente que escola é local de formação para a vida, da mesma maneira que devemos ensinar nossos alunos a pensarem , a entenderem ,a questionarem e tomarem decisões corretas, devemos nós também pararmos com discursos repetitivos de desânimo e auto piedade, e entender que o papel do professor é importante, temos uma arma poderosa em nossas mãos, e dezenas de vidas que através de nós podem fazer a sociedade mais justa no futuro.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Diferente dos nossos sonhos


Lamentávelmente  muitos pais tratam seus filhos com deficiência como incapazes.

Nem sempre os filhos são o que sonhamos (ainda bem, senão teríamos um monte de xerox por ai) eles tem suas próprias especificidades.

Mas é necessário que acreditemos neles para que eles se desenvolvam bem.


Pensando em minha filha que tem síndrome de down cheguei às seguintes conclusões:

Não quero minha filha trancafiada dentro de uma instituição 12 horas por dia  nem quero que a tratem como um bebê ou gente de 2ª categoria, na verdade ninguém deveria ser tratado assim.

Quero que ela vá para escola comum como minhas outras filhas, tenha sua vida independente da minha, porque pela lei da natureza eu irei antes dela.

Quero que ela saiba que todos somos iguais perante a lei, que tenha consciência de seus direitos e também dos seus deveres enquanto cidadã.

Quero que ela tenha opinião formada sobre diversos assuntos e seja respeitada nisso. Quero que ela tenha um trabalho que a sustente, para não precisar ficar na depêndencia de alguém.

Quero que  ela cresça  sabendo seus limites e respeitando os alheios.

Enfim, quero o melhor para ela, mas pricipalmente quero  que ela seja do jeitinho que ela é, sem tirar nem por, porque assim são todas as pessoas, ÚNICAS. Na verdade o que desejo para ela não é diferente do que desejo para minhas outras filhas.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Saúde também se aprende na escola

Saúde, escola e cidadania estão intimamente ligados partindo do pressuposto que o estado responsável pelos serviços básicos nessas áreas e pelo bom uso dos impostos recolhidos.

O estado finge que não vê que as grandes epidemias são causadas pela falta de atenção dele nessas áreas e organiza grandes campanhas depois que elas já se instalaram, colocando assim toda a responsabilidade na população mais carente da sociedade.

Sabemos que nosso serviço básico de saúde não tem sido suficiente para atender de forma digna todas as pessoas. Dessa forma, algumas crianças nos chegam privadas do seu bem mais precioso que é a saúde, e que apresentam dificuldades de aprendizado por doenças corriqueiras como diarréia, desnutrição, gripe, pneumonia e toda sorte de epidemias geradas pela falta de saneamento, profilaxia e serviços médicos adequados.


Neste sentido, os Parâmetros Curriculares Nacionais chamam atenção para que:


"os conteúdos do tema não serão suficientemente contemplados se ficarem
restritos ao interior de única área. Concepções sobre saúde ou sobre o que é
saudável, valorização de hábitos e estilos de vida, atitudes perante as diferentes
questões relativas à saúde perpassam todas as áreas de estudo escolar, desde os
textos literários, informativos, jornalísticos até os científicos. Por outro lado, para se
construir a visão ampla de saúde aqui proposta, é necessário ter acesso a
informações de diversos campos, como por exemplo, as mudanças históricas e as
diferenças geográficas e socioculturais que interferem nas questões da saúde".

(Parâmetros curriculares, vol.9:98).


Cabe ao educador uma observação especial à saúde integral da criança, sempre partindo do conceito que saúde não é ausência de doença como se estabelecia há alguns anos atrás, mas sim a condição mental, social e física de articular a vida em todos os seus aspectos, a orientação e reforço sobre hábitos de vida saudáveis e principalmente o exercício de estimular para que elas entendam que saúde é um direito delas e que não pode ser facultativo.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Educação especial no Paraná- meu protesto





Deu no jornal de hoje (Folha de Londrina Edição de 08/03/2010 pag 5): Paraná rompe com o MEC e cria seu próprio sistema de educação especial, para oficializar instituições já existentes e criar novas mantidas pelo estado.


Segundo a sra Angelina Mastikei( representante da secretaria de educação do Paraná) é impossível que pessoas com diferenças entre si estejam juntos no mesmo ambiente. Ora, partindo desse pressuposto é óbvio que teremos uma escola para cada cidadão já que somos todos diferentes uns dos outros.

Segundo essa senhora: "Não queremos as escolas especiais sofrendo a angustia de se verem excluídas do processo porque ficaram à margem da legislação".
Quem deve estar comemorando são os professores de educação especial e os responsáveis pelas instituições, afinal terão seus empregos garantidos.

Fiquei muito espantada com tal decisão, uma vez que nosso estado ao invés de progredir, volta no tempo e tenta manter um sistema que nunca deu certo. Mais uma vez as pessoas com deficiência ficarão à margem da sociedade e totalmente excluídas da escola que deveria ser para TODOS.

Como de costume já enviei um email pro referido jornal.Dizem que uma andorinha só não faz verão, mas pretendo ser uma andorinha bem incômoda.