sábado, 16 de outubro de 2010

Sou mãe sim, e dai?

Não é a primeira vez que questionam sobre o fato de defender a inclusão de pessoas com deficiência, a frase é a seguinte: Você diz isso por que sua filha tem deficiência, senão fosse assim você não estaria tão engajada. Isso sem falar naqueles que vão além, e dizem e que eu vivo de ilusão.

Ora, vou confessar aqui, antes de ter minha filha com síndrome de Down eu não me preocupava com essa causa, mas para ser mais sincera ainda,  eu não sabia das dificuldades que essas pessoas enfrentavam  e nem de como elas viviam á margem da sociedade.

Conheci poucas pessoas com deficiência na minha juventude, éramos muito pobres e a necessidade de sustento vinha antes de qualquer problema por deficiência.

Meus vizinhos e amigos tinham o mesmo nível sócio econômico que eu. Lembro que tínhamos um vizinho com uma síndrome rara e que não saia da cama. Íamos com minha mãe toda semana visitá-lo e ficavamos brincando com ele no quarto.

Sempre que recebíamos alguém com deficiência em nossa casa o tratamento era igual ao que dávamos as outras pessoas, por isso apenas o menino que ficava no berço  foi mais marcante. Era natural, eram pessoas como as outras.

Depois que tive minha filha comecei a perceber o quanto as pessoas discriminam seus semelhantes por terem deficiência. Quando falo de inclusão para pessoas com deficiência, falo no desejo de que todas as pessoas também se beneficiem das minhas palavras.

Acreditem ou não, essa é a verdade. Embora tenha dado satisfação, o que nem precisaria, porque sou uma cidadã e tenho direito a me manifestar sobre esse assunto ( e qualquer outro) , quero dizer que defendo a inclusão de TODAS as pessoas em TODOS os ambientes.

E se você acha que é demagogia, vou lhe dizer com toda clareza: Você é tão desinformado quanto eu era.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Resumo do livro: Escola e Democracia- Demerval Saviani

O livro Escola e Democracia fala sobre as teorias da Educação, em diversos contextos e momentos. Pela análise, ele destaca os problemas das diversas vertentes das teorias educacionais, sendo que na primeira parte do livro o autor destaca as "teorias não-críticas" da educação que, segundo o mesmo, não consideram os problemas e a estrutura social como influenciadores da educação. Destaca também as diferenças entre a pedagogia tradicional, a nova e a tecnicista e sua relação com o problema da marginalidade: Na pedagogia tradicional, a educação é vista como direito de todos e dever do Estado, sendo a marginalidade associada à ignorância. A escola surge como um "antídoto", difundindo a instrução.Na Escola Nova, passa a ocorrer um movimento de reforma na pedagogia tradicional, na qual a marginalidade não é mais do ignorante e sim do rejeitado, do anormal e inapto, desajustado biológica e psiquicamente. A escola passa a ser então a forma de adaptação e ajuste dos indivíduos à sociedade. Por fim, o Tecnicismo define a marginalidade como ineficiência, improdutividade. A função da escola então passa a ser de formação de indivíduos eficientes, para o aumento da produtividade social, associado diretamente ao rendimento e capacidades de produção capitalistas.

O autor depois relata sobre as "teorias crítico-reprodutivistas", nas quais não pode ser possível "compreender a educação senão a partir dos seus condicionantes sociais".Saviani faz referência à Teoria de curvatura da vara de Lênin pode ser a forma de a Educação criar sua revolução para a quebra desse sistema, uma vez que se quebra a neutralidade da Educação, passando a ser considerada parte ativa neste processo de transformação.

O autor conclui retificando a relação entre e educação e a sociedade, bem como a responsabilidade dos professores em transformar, não o mundo, mas sim cada indivíduo que assiste a sua aula compreendendo melhor o contexto e seus acontecimentos, assim como seu papel dentro do sistema, seus deveres e seus direitos para a construção de um país melhor.




Referências:
[SAVIANI], Demerval. Escola e Democracia. 33ªedição. Campinas: Autores Associados, 2000. 94 p.