segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Escola comum, os professores e a inclusão

Segundo a declaração universal dos direitos humanos no seu artigo I:
“ Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos.São dotadas de razão e consciência  e devem agir em relação uma às outras com espirito de fratenidade.” ( UNESCO)

Partido do príncipio que todos somos iguais em direitos, coloco a escola comum como um direito a toda pessoa, seja ela deficiente ou não. Para atender esse artigo precisamos de uma escola de qualidade que possa atender a todas as crianças e não à apenas algumas consideradas “normais”.
Embora  a inclusão de pessoas com deficiência na escola comum seja um assunto novo, há muitos anos Vygostky já falava sobre  uma única pedagogia que deveria atender a todas as pessoas, ele disse que quando tivermos que separar a pedagogia para atender essa ou aquela classe de pessoas ela deixa de ser ciência para cair no lugar comum.
Entende-se que pessoas com deficiência intelectual sejam díficeis de ensinar, mas segunado autores como Maria  Tereza Egller Mantoan a deficiência  está na forma de ensinar que se abstem de entender a diversidade humana para se ater a alunos considerados como “ quadradinhos”. A capacitação dos professores surge como principal barreira para inclusão, mesmo que bem formados os profissionai de educação preferem se adaptar aos conceitos já formados por outros a ter que lutar para que tudo seja diferente.

“... do ponto de vista biológico não há erros, não há disfunções, não há menos-valia... em Biologia, não existe menos-valia. É no espaço das relações humanas onde a pessoa definida passa a ser limitada.” (H. MATURANA. O Sentido do Humano)



A não aceitação da diversidade humana por parte de formandos e formadores causa um impacto grande nas escolas. È comum vermos professores completamente apavorados ao receber uma criança com deficiência. Pensam que a saída está em encaminhamentos médicos, quando na verdade se procurarmos na pedagogia encontraremos as respostas para formas de ensinar.
Professores são profisisionais que precisam entender de educação e não de  medicina nem de psicologia, sua funçaõ é ensinar e não diagnosticar erros, consideram a quantidade de aprendizado de acordo com resultados de provas aplicadas de forma uniforme a todos os alunos e ao invés de dar ênfase  aos acertos estão sempre mostrando o erro.
Considerar que todos somos deficientes em algum aspecto da vida, torna a função educar um ato mais prazeroso e humano.
Se o aluno tem dificuldade em detrminada matéria isso não quer dizer que ele seja totalmente deficitário, sabemos que todos temos mais habilidade em uma ou outra atividade, isso  é inerente ao ser humano.
O professor deve se ater ao fato que sua tarefa é ensinar o aluno, e  como ele vai fazer isso? Conhecendo o aluno, sua vida, suas dificuldades e facilidades.
É sabido que os casos de sucesso na inclusão escolar estão muito aliados ao trabalho constante de famílias e professores que gastam o tempo procurando soluções e não colocando impecilhos para a inclusão aconteça.

“Se soubermos incorporar estas novas formas de pensar e de atuar, de sentir e de conviver, e abrimos nosso pensamento para esse futuro imediato, incorporando  novos valores, mudaremos não somente a sociedade –e, conseqüentemente, a escola. Nós mudaremos a nós mesmos”. ( Miguel Lopez Meleros- projeto Roma)
                         


A visão do professor deve estar muito além das barreiras que o aluno apresenta e muito mais além das barreiras atitudinais herdadas de geração em geração. Considerar o outro como um ser completo deve fazer parte da atitude de todo professor comprometido com sua profissão.

Temos uma imagem empobrecida da criança que aprende: a reduzimos a um par de olhos, um par de ouvidos, uma mão que pega no instrumento para marcar e um aparelho fonador que emite sons. Atrás disso, há um sujeito cognoscente, alguém que pensa, que constrói interpretações, que age sobre o real para fazê-lo seu."
                                                       ( Emilia Ferrero)

A complexidade da vida humana não pode ser descartada em nenhum aspecto da vida e isso inclui a pedagogia.
Há muito que se fazer, embora muitos já fazem em favor da inclusão, mostrar os casos bem sucedidos as experiências que deram certo e batalhar para que num futuro próximo, todas as escolas sejam de qualidade para TODOS os alunos.