segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Escola comum, os professores e a inclusão

Segundo a declaração universal dos direitos humanos no seu artigo I:
“ Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos.São dotadas de razão e consciência  e devem agir em relação uma às outras com espirito de fratenidade.” ( UNESCO)

Partido do príncipio que todos somos iguais em direitos, coloco a escola comum como um direito a toda pessoa, seja ela deficiente ou não. Para atender esse artigo precisamos de uma escola de qualidade que possa atender a todas as crianças e não à apenas algumas consideradas “normais”.
Embora  a inclusão de pessoas com deficiência na escola comum seja um assunto novo, há muitos anos Vygostky já falava sobre  uma única pedagogia que deveria atender a todas as pessoas, ele disse que quando tivermos que separar a pedagogia para atender essa ou aquela classe de pessoas ela deixa de ser ciência para cair no lugar comum.
Entende-se que pessoas com deficiência intelectual sejam díficeis de ensinar, mas segunado autores como Maria  Tereza Egller Mantoan a deficiência  está na forma de ensinar que se abstem de entender a diversidade humana para se ater a alunos considerados como “ quadradinhos”. A capacitação dos professores surge como principal barreira para inclusão, mesmo que bem formados os profissionai de educação preferem se adaptar aos conceitos já formados por outros a ter que lutar para que tudo seja diferente.

“... do ponto de vista biológico não há erros, não há disfunções, não há menos-valia... em Biologia, não existe menos-valia. É no espaço das relações humanas onde a pessoa definida passa a ser limitada.” (H. MATURANA. O Sentido do Humano)



A não aceitação da diversidade humana por parte de formandos e formadores causa um impacto grande nas escolas. È comum vermos professores completamente apavorados ao receber uma criança com deficiência. Pensam que a saída está em encaminhamentos médicos, quando na verdade se procurarmos na pedagogia encontraremos as respostas para formas de ensinar.
Professores são profisisionais que precisam entender de educação e não de  medicina nem de psicologia, sua funçaõ é ensinar e não diagnosticar erros, consideram a quantidade de aprendizado de acordo com resultados de provas aplicadas de forma uniforme a todos os alunos e ao invés de dar ênfase  aos acertos estão sempre mostrando o erro.
Considerar que todos somos deficientes em algum aspecto da vida, torna a função educar um ato mais prazeroso e humano.
Se o aluno tem dificuldade em detrminada matéria isso não quer dizer que ele seja totalmente deficitário, sabemos que todos temos mais habilidade em uma ou outra atividade, isso  é inerente ao ser humano.
O professor deve se ater ao fato que sua tarefa é ensinar o aluno, e  como ele vai fazer isso? Conhecendo o aluno, sua vida, suas dificuldades e facilidades.
É sabido que os casos de sucesso na inclusão escolar estão muito aliados ao trabalho constante de famílias e professores que gastam o tempo procurando soluções e não colocando impecilhos para a inclusão aconteça.

“Se soubermos incorporar estas novas formas de pensar e de atuar, de sentir e de conviver, e abrimos nosso pensamento para esse futuro imediato, incorporando  novos valores, mudaremos não somente a sociedade –e, conseqüentemente, a escola. Nós mudaremos a nós mesmos”. ( Miguel Lopez Meleros- projeto Roma)
                         


A visão do professor deve estar muito além das barreiras que o aluno apresenta e muito mais além das barreiras atitudinais herdadas de geração em geração. Considerar o outro como um ser completo deve fazer parte da atitude de todo professor comprometido com sua profissão.

Temos uma imagem empobrecida da criança que aprende: a reduzimos a um par de olhos, um par de ouvidos, uma mão que pega no instrumento para marcar e um aparelho fonador que emite sons. Atrás disso, há um sujeito cognoscente, alguém que pensa, que constrói interpretações, que age sobre o real para fazê-lo seu."
                                                       ( Emilia Ferrero)

A complexidade da vida humana não pode ser descartada em nenhum aspecto da vida e isso inclui a pedagogia.
Há muito que se fazer, embora muitos já fazem em favor da inclusão, mostrar os casos bem sucedidos as experiências que deram certo e batalhar para que num futuro próximo, todas as escolas sejam de qualidade para TODOS os alunos.







sábado, 16 de outubro de 2010

Sou mãe sim, e dai?

Não é a primeira vez que questionam sobre o fato de defender a inclusão de pessoas com deficiência, a frase é a seguinte: Você diz isso por que sua filha tem deficiência, senão fosse assim você não estaria tão engajada. Isso sem falar naqueles que vão além, e dizem e que eu vivo de ilusão.

Ora, vou confessar aqui, antes de ter minha filha com síndrome de Down eu não me preocupava com essa causa, mas para ser mais sincera ainda,  eu não sabia das dificuldades que essas pessoas enfrentavam  e nem de como elas viviam á margem da sociedade.

Conheci poucas pessoas com deficiência na minha juventude, éramos muito pobres e a necessidade de sustento vinha antes de qualquer problema por deficiência.

Meus vizinhos e amigos tinham o mesmo nível sócio econômico que eu. Lembro que tínhamos um vizinho com uma síndrome rara e que não saia da cama. Íamos com minha mãe toda semana visitá-lo e ficavamos brincando com ele no quarto.

Sempre que recebíamos alguém com deficiência em nossa casa o tratamento era igual ao que dávamos as outras pessoas, por isso apenas o menino que ficava no berço  foi mais marcante. Era natural, eram pessoas como as outras.

Depois que tive minha filha comecei a perceber o quanto as pessoas discriminam seus semelhantes por terem deficiência. Quando falo de inclusão para pessoas com deficiência, falo no desejo de que todas as pessoas também se beneficiem das minhas palavras.

Acreditem ou não, essa é a verdade. Embora tenha dado satisfação, o que nem precisaria, porque sou uma cidadã e tenho direito a me manifestar sobre esse assunto ( e qualquer outro) , quero dizer que defendo a inclusão de TODAS as pessoas em TODOS os ambientes.

E se você acha que é demagogia, vou lhe dizer com toda clareza: Você é tão desinformado quanto eu era.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Resumo do livro: Escola e Democracia- Demerval Saviani

O livro Escola e Democracia fala sobre as teorias da Educação, em diversos contextos e momentos. Pela análise, ele destaca os problemas das diversas vertentes das teorias educacionais, sendo que na primeira parte do livro o autor destaca as "teorias não-críticas" da educação que, segundo o mesmo, não consideram os problemas e a estrutura social como influenciadores da educação. Destaca também as diferenças entre a pedagogia tradicional, a nova e a tecnicista e sua relação com o problema da marginalidade: Na pedagogia tradicional, a educação é vista como direito de todos e dever do Estado, sendo a marginalidade associada à ignorância. A escola surge como um "antídoto", difundindo a instrução.Na Escola Nova, passa a ocorrer um movimento de reforma na pedagogia tradicional, na qual a marginalidade não é mais do ignorante e sim do rejeitado, do anormal e inapto, desajustado biológica e psiquicamente. A escola passa a ser então a forma de adaptação e ajuste dos indivíduos à sociedade. Por fim, o Tecnicismo define a marginalidade como ineficiência, improdutividade. A função da escola então passa a ser de formação de indivíduos eficientes, para o aumento da produtividade social, associado diretamente ao rendimento e capacidades de produção capitalistas.

O autor depois relata sobre as "teorias crítico-reprodutivistas", nas quais não pode ser possível "compreender a educação senão a partir dos seus condicionantes sociais".Saviani faz referência à Teoria de curvatura da vara de Lênin pode ser a forma de a Educação criar sua revolução para a quebra desse sistema, uma vez que se quebra a neutralidade da Educação, passando a ser considerada parte ativa neste processo de transformação.

O autor conclui retificando a relação entre e educação e a sociedade, bem como a responsabilidade dos professores em transformar, não o mundo, mas sim cada indivíduo que assiste a sua aula compreendendo melhor o contexto e seus acontecimentos, assim como seu papel dentro do sistema, seus deveres e seus direitos para a construção de um país melhor.




Referências:
[SAVIANI], Demerval. Escola e Democracia. 33ªedição. Campinas: Autores Associados, 2000. 94 p.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

O ensino da música na educação infantil

A vida é cheia de sons, por todo canto estamos ouvindo algo, seja rádio, conversas, barulhos de carro, de animais, enfim, uma gama de sons que nos remetem e nos fazem reconhecer vários tipos de situações. Com exceção de alguns que tem algum tipo de deficiência auditiva, os sons nos enchem de informações importantes e emoções, sejam positivas ou negativas.

Trabalhar música na educação infantil é de suma importância para o desenvolvimento cognitivo das crianças, é através da música que ela passa a conhecer e reconhecer seus sentimentos, a música faz com que a criança fique mais tranquila, seja sociável, aprenda regras e condutas. A música quando inserida no contexto da sala de aula é mais uma ferramenta que o professor pode usar para estimular o aprendizado.

Usar instrumentos sonoros pode favorecer a criatividade da criança, não necessariamente precisaremos de intrumentos tradicionais, mas podemos usar sucatas, tampas de panela, e toda sorte de materiais que quando manipulados emitem sons. Deixar que a criança construa seu próprio instrumento pode ser prazeroso e surpreendente, elas poderão nos mostrar uma faceta que ainda não conhecemos e que só é capaz de ser alcançada pelo prazer de fazer e tocar seu próprio instrumento.

Temos diversos autores atuais de música infantil, a maioria das mùsicas reflete a realidade da criança de forma lúdica e prazerosa, mas não podemos nos esquecer das cantigas de rodas, das brincadeiras que se faziam junto com a música que foram passadas de geração a geração e fizeram a alegria de muitas crianças, quem não lembra de Terezinha de Jesus?, hoje considerada ultrapassada nem se ouve mais nas escolas, mas se você perguntar para gerações anteriores, muitos se lembrarão com saudades e um gostinho de infância como se aquilo tivesse acontecido hoje, muitas músicas além dos sons, nos fazem lembrar de pessoas queridas, de cheiros agradáveis e desagradaveis, de muitas sensações que havíamos esquecido com o tempo e aquela determinada música tem a mágica de reviver tudo isso em nossa memória.

O professor de educação infantil deve conhecer seus alunos verificar as necessidades e trabalhar no sentido de supri-las através do conteúdo a ser aplicado. As crianças devem ser estimuladas a fazer e a saber música, dentro da sua capacidade intelectual e cognitiva, como no ensino das artes o ensino da música não pode ser composto de muitas regras, mas sim de estimulo à criatividade .

sexta-feira, 7 de maio de 2010

O pequeno indiozinho

Numa noite de lua cheia nasceu Apuana*, saiu de sua mãe e caiu nos braços do pajé da tribo.Silêncio geral na aldeia, todos esperavam pelo choro do menino, que não veio.

Fato estranho, desconfiaram que havia algo errado com a criança, pelos costumes dos índios, criança que não chora ao nascer, tem algum problema e deve ser sacrificada na hora. Mas antes mesmo de chamarem o cacique para executar a ação, o menino deu um berro, que ecoou por toda mata. Felicidade geral, festa e fogueira para comemorar mais um guerreiro.

Apuana cresceu junto aos seus, era um pouco mais lento que os outros indiozinhos, mas nada que chamasse muito a atenção.


Certo dia a prefeitura da cidade vizinha, mandou para a tribo, alguns profissionais de saúde para verificar e vacinar as crianças de lá. Apuana já contava com 12 anos, era forte e saúdavel, mas os profissionais ficaram intrigados com aquele menino,que apesar da aparência indígena, tinha algo de diferente, desconfiaram de síndrome de Down, fizeram os exames que comprovaram tal fato.


Após a visita dos agentes de saúde ficou decidido que Apuana deveria ir na instituição 03 vezes por semana, cabia a sua irmã mais velha ir de ônibus junto com ele.

Na instituição todos estranhavam os hábitos indígenas do menino, como por exemplo, comer com as mãos.
Apuana sentiu-se um peixe fora d'agua. Não via a hora de acabar com as terapias que lhe eram aplicadas.

Voltava para a aldeia exausto e ainda por cima tinha que aguentar a discriminação que os outros índios passaram a cometer contra ele.

Na aldeia, assim como na instituição passou a ser o "diferente".

Acostumado a pescar e caçar na mata, Apuana foi sendo preterido pelos outros índios e não mais desenvolvia suas atividades na tribo.

Meses depois desistiu de ir à instituição e decidiu viver somente na tribo. Foi aos poucos se restabelecendo como membro ativo naquele local.

Hoje Apuana já é um índio feito, vive feliz com sua família numa reserva em um canto qualquer do  estado do Paraná.




* Apuana em tupi significa: "aquele que corre"
                                                                                        

segunda-feira, 19 de abril de 2010

A educação de jovens e adultos

Em nosso meio existem muitos jovens e adultos que de alguma forma foram privados da escola em algum momento da vida, seja por problemas financeiros, culturais ou até mesmo de deficiência.

Pensando a educação como prática da liberdade, esse contexto nos leva a crer que ainda existem muitas pessoas escravas do sistemas porque são analfabetos ou subletrados.

A EJA ( educação de jovens e adultos) surge como um alento nas classes menos favorecidas, ela se torna um veículo pelo qual eles se tornam equipados para reapropriar-se de sua história, de sua cultura e de suas diversidades linguística.

A alfabetização é a aquisição da lingagem escrita, por um processo de construção do conhecimento, que se dá num contexto discursivo de interlocução e interação, através do desvelamento crítico da realidade, como uma das condições necessárias ao exercicio da plena cidadania. (Paulo Freire)


Para isso é necessário um professor atento a realidade de seu aluno, que instiga e desperta o interesse de aprender. O uso de cartilhas e apostilas para essa modalidade de educação é totalmente desfavorável, uma vez que esses alunos já tem uma história de vida e isso supre de forma abrangente a busca pelo conhecimento.

Para esse público as aulas devem ser dinâmicas, já que na maioria dos casos as pessoas que estão ali tem outras atividades já formalizadas em sua vida, e algumas já chegam completamente cansadas na sala de aula.

O professor deve propriciar a interação com o aluno auxiliando-o a desenvolver toda suas potencialidades.Criar um ambiente agradável é muito importante , as emoções em muito colaboram para um para um bom aprendizado.


O aluno não pode ser moldado ou obrigado a aprender, mas aprenderá aquilo que for atrativo aos seus olhos. Importante que o professor seja sensível quanto a cultura e aos desejos dos seus alunos.

Mais importante ainda, que esse professor além de mediador do conhecimento, seja um sujeito que eduque para a autonomia e liberdade com responsabilidade.Não educando seres que se adaptem à sociedade, mas que acima de tudo eduque para que de forma benéfica e criativa eles possam fazer diferença nela.

terça-feira, 30 de março de 2010

Educação de qualidade e currículo

Nesses últimos anos muito tem se falado sobre uma escola de qualidade para todos, mas o discurso termina aí, poucas ações realmente efetivas tem sido apresentadas e colocadas em prática. Aumentamos em muito a quantidade de escolas e alunos dentro delas, mas a qualidade tem sido posta de lado. A falta de material de todo tipo, salas numerosas, professores sem formação, não combinam a lei e o discurso preciosamente elaborados pelos politícos.

Mas se estamos falando de ensino de qualidade, precisamos antes entender o que realmente é um ensino público de qualidade.

A educação é a apropriação do saber históricamente produzido, é também á prática social que leva a compreensão da cultura e história do homem, para que não se tenha que reiventar tudo novamente. Então deduz se que a educação de qualidade é aquela que forma um cidadão conhecedor de sua cultura, das ciências universais, que consiga aplicar em sua vida o saber adquirido, que saiba pensar por si próprio e seja capaz de interferir em toda a sociedade com seu carater e seus atos.


Para que se chegue a esse conceito é importante que a escola tenha um currículo bem aprimorado que leve em conta as diferenças de cada aluno, e que seja feito , entendido e conhecido por todos da equipe pedagógica.

É o currículo o mediador entre a sociedade e a escola, é ele quem diz como, quando e o que ensinar, portanto sua elaboração deve ser das mais minunciosas. O currículo tem efeito real na formação do educando.È através do curriculo que podemos avaliar qual será o resultado apresentado pelo aluno.Não pode haver boa aula, se não houve aprendizado por parte do educando, portanto nesse caso o currículo deve ser questionado, até que se chegue ao objetivo final que é o real aprendizado do aluno.

Pensando de uma forma histórica o currículo escolar no Brasil foi crescendo e se aprimorando com o tempo, hoje temos um modelo, o currículo Reconstrucionista Social que deveria agir para livrar a escola de seu mal desempenho. Ele entende o homem como fazedor da sua realidade, a partir do momento que ele entende sua ligação com o mundo e com os outros seres humanos, considera o ensino uma atividade crítica em que o educando muito mais do que mero espectador é fazedor da sua própria história. Mas parece que ainda estamos longe disso.

Portanto, como vimos, é possível sim fazer uma escola de qualidade, basta ter em mente que escola é local de formação para a vida, da mesma maneira que devemos ensinar nossos alunos a pensarem , a entenderem ,a questionarem e tomarem decisões corretas, devemos nós também pararmos com discursos repetitivos de desânimo e auto piedade, e entender que o papel do professor é importante, temos uma arma poderosa em nossas mãos, e dezenas de vidas que através de nós podem fazer a sociedade mais justa no futuro.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Diferente dos nossos sonhos


Lamentávelmente  muitos pais tratam seus filhos com deficiência como incapazes.

Nem sempre os filhos são o que sonhamos (ainda bem, senão teríamos um monte de xerox por ai) eles tem suas próprias especificidades.

Mas é necessário que acreditemos neles para que eles se desenvolvam bem.


Pensando em minha filha que tem síndrome de down cheguei às seguintes conclusões:

Não quero minha filha trancafiada dentro de uma instituição 12 horas por dia  nem quero que a tratem como um bebê ou gente de 2ª categoria, na verdade ninguém deveria ser tratado assim.

Quero que ela vá para escola comum como minhas outras filhas, tenha sua vida independente da minha, porque pela lei da natureza eu irei antes dela.

Quero que ela saiba que todos somos iguais perante a lei, que tenha consciência de seus direitos e também dos seus deveres enquanto cidadã.

Quero que ela tenha opinião formada sobre diversos assuntos e seja respeitada nisso. Quero que ela tenha um trabalho que a sustente, para não precisar ficar na depêndencia de alguém.

Quero que  ela cresça  sabendo seus limites e respeitando os alheios.

Enfim, quero o melhor para ela, mas pricipalmente quero  que ela seja do jeitinho que ela é, sem tirar nem por, porque assim são todas as pessoas, ÚNICAS. Na verdade o que desejo para ela não é diferente do que desejo para minhas outras filhas.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Saúde também se aprende na escola

Saúde, escola e cidadania estão intimamente ligados partindo do pressuposto que o estado responsável pelos serviços básicos nessas áreas e pelo bom uso dos impostos recolhidos.

O estado finge que não vê que as grandes epidemias são causadas pela falta de atenção dele nessas áreas e organiza grandes campanhas depois que elas já se instalaram, colocando assim toda a responsabilidade na população mais carente da sociedade.

Sabemos que nosso serviço básico de saúde não tem sido suficiente para atender de forma digna todas as pessoas. Dessa forma, algumas crianças nos chegam privadas do seu bem mais precioso que é a saúde, e que apresentam dificuldades de aprendizado por doenças corriqueiras como diarréia, desnutrição, gripe, pneumonia e toda sorte de epidemias geradas pela falta de saneamento, profilaxia e serviços médicos adequados.


Neste sentido, os Parâmetros Curriculares Nacionais chamam atenção para que:


"os conteúdos do tema não serão suficientemente contemplados se ficarem
restritos ao interior de única área. Concepções sobre saúde ou sobre o que é
saudável, valorização de hábitos e estilos de vida, atitudes perante as diferentes
questões relativas à saúde perpassam todas as áreas de estudo escolar, desde os
textos literários, informativos, jornalísticos até os científicos. Por outro lado, para se
construir a visão ampla de saúde aqui proposta, é necessário ter acesso a
informações de diversos campos, como por exemplo, as mudanças históricas e as
diferenças geográficas e socioculturais que interferem nas questões da saúde".

(Parâmetros curriculares, vol.9:98).


Cabe ao educador uma observação especial à saúde integral da criança, sempre partindo do conceito que saúde não é ausência de doença como se estabelecia há alguns anos atrás, mas sim a condição mental, social e física de articular a vida em todos os seus aspectos, a orientação e reforço sobre hábitos de vida saudáveis e principalmente o exercício de estimular para que elas entendam que saúde é um direito delas e que não pode ser facultativo.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Educação especial no Paraná- meu protesto





Deu no jornal de hoje (Folha de Londrina Edição de 08/03/2010 pag 5): Paraná rompe com o MEC e cria seu próprio sistema de educação especial, para oficializar instituições já existentes e criar novas mantidas pelo estado.


Segundo a sra Angelina Mastikei( representante da secretaria de educação do Paraná) é impossível que pessoas com diferenças entre si estejam juntos no mesmo ambiente. Ora, partindo desse pressuposto é óbvio que teremos uma escola para cada cidadão já que somos todos diferentes uns dos outros.

Segundo essa senhora: "Não queremos as escolas especiais sofrendo a angustia de se verem excluídas do processo porque ficaram à margem da legislação".
Quem deve estar comemorando são os professores de educação especial e os responsáveis pelas instituições, afinal terão seus empregos garantidos.

Fiquei muito espantada com tal decisão, uma vez que nosso estado ao invés de progredir, volta no tempo e tenta manter um sistema que nunca deu certo. Mais uma vez as pessoas com deficiência ficarão à margem da sociedade e totalmente excluídas da escola que deveria ser para TODOS.

Como de costume já enviei um email pro referido jornal.Dizem que uma andorinha só não faz verão, mas pretendo ser uma andorinha bem incômoda.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

A inclusão e a formação de professores

Com o avanço da inclusão de pessoas com deficiência na escola comum, cada vez mais tem se falado sobre a formação de professores.

A maioria das escolas dizem que não tem professores aptos para atender tais crianças, que precisam de alguém com formação em educação especial. Do meu ponto de vista o que precisamos não é de professores com formação específica e sim de professores com formação básica bem feita.

Antes da inclusão ninguém falava sobre formação de professores, na verdade nossas crianças estavam jogadas ao léu sem que ninguém questionasse.

Não que não devemos cobrar a formação dos professores, claro que sim, mas há de se convir que exigir formação em educação especial é o mesmo que dizer que nossos filhos com deficiência pertencem a uma outra categoria de pessoas.

Pessoas com deficiência são como as outras, tem seu tempo e forma de aprendizado distintos, aprendem pela motivação e pelas boas práticas dos professores.

Para que alguém aprenda é necessário antes de tudo um professor realmente interessado em ensinar, em observar como cada criança aprende e em mudar atitudes que há muito estão enraigadas na profissão, como por exemplo, a falta de crença que pessoas com deficiência são capazes de aprender.

Não vejo necessidade de um professor com formação em educação especial para ensinar minha filha, e sim em um professor compromissado com a educação e aberto a novas formas de aprender e ensinar.

Não quero de forma alguma desvalorizar os professores de educação especial, mas acho que nesse momento de mudança de paradigmas eles deveriam trilhar pelo caminho de que toda educação é especial e de que toda criança com deficiência ou não, merece uma educação de qualidade.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Para quê mesmo servem algumas das instituições para pessoas com deficiência?



Me pego pensando sobre o papel das instituições para pessoas com deficiência, e depois de algum tempo observando a atuação de algumas delas apresento meu raciocínio:






Pensando do ponto de vista familiar, elas parecem ser um alento para os pais totalmente despreparados ao receber um filho com deficiência, mas não demoro muito e chego a conclusão que nenhum ser humano está de fato preparado para educar outro ser humano com ou sem deficiência, dessa forma vamos aprendendo com o tempo.








Pensei também que serviam para incluir as pessoas com deficiência nas escolas, mas mais rápido ainda percebi que de fato elas excluem ao ditar procedimentos especiais aos professores dos "seres especiais" que frequentam as outras instituições de ensino.






Para alguma coisa devem servir, continuei tentando...





Servem para atender as pessoas deficientes de baixa renda per capita porque não cobram . Me enganei mais uma vez, já que saúde e educação é dever do estado e não obrigação dessa ou daquela instituição, e se tivermos que brigar por isso que seja da forma legal, cobrando a quem de direito, além do mais a maioria dessas instituições vive pedindo uma contribuição à família, à sociedade, etc.




A já sei ... existem para amparar os coitadinhos dos deficientes e colocá-los entre seus ditos "iguais",mas isso não tem serventia nenhuma já que ninguém é igual a ninguém, exceto nos direitos e deveres....




Por fim, já cansada, retorno ao ponto de partida: Para quê mesmo servem algumas das instituições para pessoas com deficiência?

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

A alfabetização científica nas séries iniciais do ensino fundamental- Resenha

No começo do artigo o autor mostra as definições e a importância da alfabetização e do letramento. Baseado na obra de Soares(1985) ele expõe que a alfabetização é um processo permanente com fontes inesgotáveis de conhecimento, diz também que a alfabetização é muito mais que ler e escrever.

Fala que esse conceito de alfabetização que se sobrepõe ao apenas ler e escrever é que vai pontuar o ensino de ciências nas séries iniciais do ensino fundamental.

Baseado em outros autores diz que a alfabetização cientifica é o mesmo que letramento, uma vez que letramento é o fato das pessoas utilizarem a leitura de forma prática no seu contexto social e que o letramento transcende a alfabetização.

A partir dessa compreensão ele propõe uma abordagem sistemática de um amplo leque de atividades, articulado com o sistema escolar.

Sugere que a ciência seja inserida em todo contexto escolar, na literatura, na música, no teatro e nos vídeos educativos, etc.

A organização dessas atividades deve ser feita através de um planejamento que contemple a abordagem de conteúdos científicos a partir de conceitos primitivos e alguns conceitos unificadores.

Embora considere que ciências é um campo muito vasto, admite que muito pode ser feito dentro da sala de aula.

Considera que o uso de livros de literatura com mensagens científicas seja gratificante e válido.

Considera também que alunos que já iniciaram a dominar a escrita leiam sobre ciências, porque a leitura ajuda no desenvolvimento cognitivo dos alunos.

Fala sobre a revista Ciência Hoje das Crianças como uma proposta de iniciação cientifica para os educandos. Destaca a importância de leituras de jornais textos e artigos que falem sobre ciências.

Discorre sobre o teatro na escola como forma de desenvolver a memorização a oralidade e ampliação da cultura.

Deixa também dicas de ambientes que aguçam a curiosidade dos educandos como museus de ciência e tecnologia, saídas de campo, locais onde os alunos interagem e aprendem com a realidade.

Deixa como lembrete maior que as aulas práticas consideradas como experimentais podem se constituir em atividades significativas, à medida que promovem compreensão e ampliação do conhecimento em estudo.


A obra traz uma visão de sobre como ensinar ciências no ensino fundamental. O autor fornece dados e formas práticas de como fazê-lo. Mostra que ensinar ciências pode se tornar algo muito prazeirosos para educadores e educandos. Não apresenta fórmulas mágicas, mas mostra como o professor pode se aproveitar da realidade de cada lugar.



LORENZETTTI, L. DELIZOICOV, D. Alfabetização cientifica nos contexto das séries iniciais Ensaio: pesquisa em educação em ciências-Vol 3, n1.Junho 2001.Disponível em : HTTP://www.fae.ufmg.br/ensaio/v3_n1/Leonir.PDF

Leonir Lorenzetti
Possui graduação em Ciências Habilitação Em Biologia pela Universidade do Contestado (1989), especialização em Metodologia e Avaliação de Ensino pela Universidade do Contestado (1995), especialização em Biologia pela Universidade do Contestado (1990), mestrado em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina (2000) e doutorado em Educação Científica e Tecnológica pela Universidade Federal de Santa Catarina (2008). Atualmente é professor titular da Universidade do Contestado e Coordenador Pedagógico Regional da GRÁFICA E EDITORA POSIGRAF. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Ensino-Aprendizagem.